Magia Negra

A magia negra – também conhecida como Goécia e conotada com a Nigromância – alia-se à bruxaria e contrapõe-se à chamada magia branca, distinguindo-se desta por convocar as forças conotadas com o Mal, tais como espíritos e seres demoníacos. Este género de magia tem o objetivo de prejudicar ou de conseguir determinadas coisas (poder, dinheiro, manipular pessoas) sem considerar o prejuízo causado no intento de atingir os fins desejados. Utilizavam-se, nas práticas, fórmulas mágicas e danças rituais e faziam-se pactos com o Demónio (usualmente transfigurado em bode ou galo de cor negra), sendo frequente dizer-se que em troca da alma este concedia os desejos ao praticante da magia negra.
A magia negra foi, e em alguns casos ainda é, praticada de formas diferentes em grupos tribais um pouco por todo o mundo, sendo dos mais conhecidos os de origem africana e sul-americana (note-se que existe uma estreita ligação e interculturalismo entre as populações destes dois continentes). Remonta aos tempos bíblicos, em que se conta que era praticada por Caim e pelos seus descendentes (sendo esta uma forma simbólica de reforçar a maldição caída sobre eles depois da morte de Abel) e inseriu-se na tradição de quase todas as culturas a partir de então. Após o surgimento do Cristianismo, os ritos ligados ao oculto e à veneração da Natureza e de certas divindades, como Hécate e Dionísio (Grécia) e outras ligadas à fertilidade – o que incluía a prática de rituais orgiásticos – foram conotados com a magia negra e com o paganismo. De aí que alturas como o dia 1 de novembro e o ritual judaico do Shabat entrassem no domínio da superstição, por terem sido desde tempos recuados épocas de celebrações em honra das ditas divindades e dos ciclos da Natureza.
Nas sociedades ocidentais, foi desde sempre condenada e praticada de forma oculta, tendo inclusivamente sido motivo de perseguição e condenação à morte pela Inquisição. Contudo, além da Inquisição também as populações temiam os poderes maléficos que atribuíam a determinadas pessoas, normalmente marginais à sociedade, e que eram os primeiros alvos de violência quando sucediam algumas catástrofes (secas, inundações, peste e outras doenças), uma vez que as causas lhes eram atribuídas.

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