GRUPO DE ATIVISTAS RELIGIOSOS DO MIRZO-RJ SÃOPREMIADOS COM A MEDALHA PEDRO ERNESTO PELASMÃOS DO VEREADOR WILLIAM SIRI (PSOL/RJ).

Promoter: By Yango

Diretor Executivo/Editor Rede Social Agen Afro – Midia Afro – RJ

Neste ano, a 8ª caminhada inter-religiosa da Zona Oeste acontece no dia 3 de agosto, em Campo
Grande. Em 2017, quando o Coletivo TudoNumaCoisaSó, em uma de suas atividades, reuniu católicos,
umbandistas, evangélicos, judeus, candomblecistas e kardecistas na Praça Rosária Trotta, em Campo
Grande, quem poderia prever que dali sairia um projeto que já dura quase 8 anos?
Aquele encontro representou um marco no combate à intolerância religiosa no Rio de Janeiro. Dois anos
depois, aquela reunião embrionária foi o ponto de partida para a criação do Movimento Inter-religioso da
Zona Oeste, o MIRZO, que atua como um fórum de debates e promove o diálogo baseado na fé, no
respeito e no amor, independente da crença de cada pessoa. Já são 7 caminhadas realizadas nas ruas
da Zona Oeste, em parceria com o Coletivo TudoNumaCoisaSó, o Fórum Inter-religioso e muitos
encontros para celebrar a diversidade e a luta por justiça.
Segundo as informações recebidas pelo Disque 100, quando o assunto é intolerância religiosa, o Rio de
Janeiro alcança o segundo lugar, atrás apenas de São Paulo. Desse infeliz ranking, o território da Zona
Oeste possui a maior concentração de registros – é o que revela o Instituto de Segurança Pública do Rio
(ISP).
Infelizmente, são muitos os casos de ataques físicos e verbais contra aqueles que praticam a sua fé, além
da depredação de templos. A cada 10 vítimas de intolerância religiosa, 6 são mulheres. O número
escancara que o preconceito, além de religioso, também é de gênero. Reconhecer que vivemos numa
sociedade machista e racista é fundamental para romper com esta estrutura nociva.
Em tempos em que o óbvio precisa ser dito, reforçar que o Estado é laico e cada brasileiro tem o direito
de professar a sua fé nunca é demais. Para que esse paradigma seja quebrado e a sociedade avance no
tema do combate à intolerância, é crucial a valorização de quem se mobiliza em prol de uma sociedade
mais justa e respeitosa.
Em reconhecimento ao trabalho realizado, ativistas do MIRZO foram homenageados na Câmara de
Vereadores do Rio de Janeiro em outubro de 2023. O vereador William Siri, além da entrega das 74
moções aos fortalecedores do movimento, também homenageou com 4 medalhas – Pedro Ernesto e
Chiquinha Gonzaga – o próprio MIRZO, representado na ocasião por Lindalva Cabral e João Henrique
Oliveira (integrantes do movimento desde sua origem), Filipe Ribeiro, Marcelo Yango e Margareth
Labanca, pessoas que carregam em sua identidade e trabalho a luta pela liberdade religiosa.
Filipe Ribeiro, professor do curso de Direito da CMB-UniCBE, tem uma vida dedicada à educação e ao
combate à intolerância religiosa como militante de direitos humanos. Há 19 anos atua na gestão de
ensino superior, reconhecido por seus resultados acadêmicos, administrativos, financeiros e, sobretudo,
pelo trato humano com colegas, alunos e professores. Filipe também leciona em cursos de pré-vestibular
social na Zona Oeste e mantém relação estreita com movimentos de promoção social de pessoas em
situação de vulnerabilidade.
Marcelo Yango, diretor da Rede Social Agen Afro, instituição que há 20 anos difunde cultura afro-
brasileira a partir da promoção de eventos, incentivo e trocas com personalidades e lideranças de
religiões de matrizes africanas e afro-brasileiras. A instituição também atua com o importante papel de
denunciar casos de intolerância religiosa, racismo e preconceito. Yango, com seus 60 anos de vida, tem
ao menos dois terços deles dedicados à Umbanda, Candomblé Brasileiro e ao Ifá Afro Cubano. Sua fé
caminha ao lado de sua luta pelo fim do racismo estrutural e religioso, tornando-o uma referência de
resistência no território da Zona Oeste.
Margareth Labanca, conhecida como Iya Margareth de Osun, coordenadora do Ile Ase Omi Bain, em
Guaratiba. Aos 71 anos, conduz o trabalho de acolhimento e inclusão de jovens e crianças em apoio a
seus pais na educação religiosa, com o projeto Raiz de Iroko Filhos de Osogbo. Atuante também na luta
contra a violência à mulher, descriminação religiosa, homofobia e racismo. Ajudou a coordenar a
Caminhada Inter-religiosa da Zona Oeste e o evento do presente à Iemanjá, que acontece
tradicionalmente em Sepetiba. Margareth também é madrinha do Axé Mulher, que representa as
matriarcas da Zona Oeste.
A honraria, extremamente necessária, foi uma forma de celebrar as pessoas que prezam pela liberdade
de fé. Com pluralidade, respeito e união, um futuro melhor é possível! Caminhando a gente se entende.

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